Desgraça de vida...
Hoje à tarde, depois do almoço, tive de me deslocar até à zona velha da cidade, no lado este do burgo; assuntos de trabalho levaram-me até tal sítio, que muito raramente visito (pensam que a minha vida é andar a passear, ou quê, caralho?!). É uma zona pitoresca, típica, como todas as zonas antigas de todas as cidades com alguns séculos de história, e remodelada por forma a ser uma atracção turística, digna de figurar nos roteiros. Enfim, a mariquice do costume...
Foi a partir daquela zona popular, de calhau e de vida dura, marcada pela faina do mar e actividades a ele ligadas, que a cidade cresceu.
É certo que aquela área sempre teve um bocado de má fama: copos, putedo, paneleiragem, má vida, crime, miséria humana e social, degradação... Nas últimas duas décadas, o flagelo da droga: era ali que os drogaditos se dirigiam para comprar a sua dose... e ainda é, verdade seja dita.
Hoje, as ruas ladeadas de casas continuam com o mesmo ar mal-amanhado. E ao longo da rua principal, a par do teleférico e do jardim às ondas, estendem-se os restaurantes (com preços e pratos para turista ver, e com os já costumeiros "angariadores"; bem sei que só estão a fazer pela vida, mas aqueles filhos do puta são chatos como a potassa), as lojas de souvenirs, alguns estabelecimentos e escritórios, casas, uma ou outra tasca (que ali ainda vive gente que gosta da sua pinga)... e o Cine Santa Maria.
O Cine Santa Maria, agora encerrado, pronto a cumprir uma muito adiada sentença de morte para entregar a alma ao mercado imobiliário, foi, durante muito tempo, uma óptima sala de cinema, daquelas com as luzes e as letras para formar o nome do filme e dos protagonistas, daquelas como infelizmente já não se vê.
De há uns anos para cá, à sua frente, começaram a assentar arraiais as putas da zona, primeiro as mais batidas e feias que nem noites de trovoada no meio da selva profunda, daquelas desdentadas e com idade para serem avós de alguém, e depois as chavalitas, por causa do vício (da droga, caralho, não da foda), algumas das quais iam para lá nos intervalos das aulas do ex-Liceu Nacional, uns metros acima.
Hoje, ao passar por lá, dei de caras com uma miúda dessas. Sentada no varandim do passeio de pedra calcetada, rosto inexpressivo, olheiras profundas, olhar ausente, aquele tipo de olhar de quem se meteu numa embrulhada da qual é muito difícil sair. Não devia ter mais do que 19-20... às tantas seria mais nova, não sei, mas já teria envelhecido precocemente por causa do vício.
Os braços oportunamente ocultos pelas mangas de uma camisola leve, e uma mini-saia. Sapatos de salto raso. Algum cuidado na apresentação... mas aquele olhar e um certo nervosismo não deixavam margens para dúvida.
Era uma puta à espera de fazer mais um cliente para depois ir a correr ter com algum dealer manhoso e comprar-lhe uma dose de merda para depois chutar.
Ao ver-me aproximar, tentou a sua sorte. Ainda sussurrou um sobressaltado e quase desesperado "Quer ir? Vamos ao quarto?...", mas os meus passos decididos e o meu desprezo logo a desenganaram.
Nunca paguei por sexo... não ia começar agora. E muito menos com uma zombie daquelas, que nem ia estar a sentir nada a não ser o desejo pelo próximo "caldo".
Que as gajas se prostituam, fixe. Algumas prostituem-se por necessidade, outras por desporto. Sempre houve putedo. Aliás, não é por acaso que a prostituição é chamada "a mais velha profissão do mundo".
Umas são putas, outras acompanhantes... umas gueishas, outras massagistas. Umas vendem-se na rua e atacam nos bares de alterne, outras vão ao domicílio e atendem em apartamentos privados. Umas já nasceram fadadas para aquilo, outras tiveram de se aguentar à bronca por causa de algum azar na vida. Desde a gaja do mais baixo estrato social até à rainha, velhas ou novas, feias ou bonitas, doentes ou sadias, com defeito ou perfeitinhas, sempre houve tipas a oferecer os seus serviços a troco de algo.
E depois temos aquela badalhoca, a grande porca da Slut Sue, mas isso é um caso àparte, que carece de uma intervenção mais profunda, e de umas fodas a modos (intervaladas com umas boas chibatadas)...
Enfim, da mesma forma que sempre houve exploração, miséria, fome, guerra, doença, benfiquistas e mais não sei o quê, também existe putedo. Não me aquece nem me arrefece. É a vida e siga a Marinha.
Contudo, enoja-me ver aquilo que vi hoje. Não é a primeira vez que o vejo, e também não será a última. Uma miúda novita, que tinha uma vida pela frente, a deixar-se consumir por algo tão maligno e tão destruidor como a merda da droga. Sinceramente, nestes momentos, não sei por quem começar o regabofe de chacinas e execuções sumárias: se pelos estúpidos dos drogados, que são tão burros que se deixam levar assim, como cordeiros para o matadouro; se pelos caralhos dos dealers e traficantes, que enriquecem à custa da merda que vendem; ou se pelos filhos da puta do governo que só sabem abrir a boca e encolher os ombros.
Ver a que ponto pode chegar a degradação humana, espelhada naquele olhar sem amanhã, só fortalece o meu desejo por uma sociedade dirigida com mão de ferro. Mas isso é outra história... Oportunamente falarei das minhas ideias que envolvem recorrer aos toxicodependentes para cobaias de laboratório (pensem nos milhões de vidas de animais inocentes que podemos salvar), ou na sua utilização para limpar campos de minas e outras tarefas de extremo perigo e risco. Um dia destes, reúno a malta à volta da fogueira e vamos rir muito à conta disto.
Nas ruas da minha cidade, bem como nas ruas das vossas cidades, repetem-se casos semelhantes. Acho que nos podemos dar por felizes por não sermos nós... Fooooooooooooooooooooda-se! Respiremos de alívio!
Reflictam... e não vão por maus caminhos, caralho!... pelo menos, por estes, senão já sabem o que vos espera: a jaula do laboratório.
Exocet
Foi a partir daquela zona popular, de calhau e de vida dura, marcada pela faina do mar e actividades a ele ligadas, que a cidade cresceu.
É certo que aquela área sempre teve um bocado de má fama: copos, putedo, paneleiragem, má vida, crime, miséria humana e social, degradação... Nas últimas duas décadas, o flagelo da droga: era ali que os drogaditos se dirigiam para comprar a sua dose... e ainda é, verdade seja dita.
Hoje, as ruas ladeadas de casas continuam com o mesmo ar mal-amanhado. E ao longo da rua principal, a par do teleférico e do jardim às ondas, estendem-se os restaurantes (com preços e pratos para turista ver, e com os já costumeiros "angariadores"; bem sei que só estão a fazer pela vida, mas aqueles filhos do puta são chatos como a potassa), as lojas de souvenirs, alguns estabelecimentos e escritórios, casas, uma ou outra tasca (que ali ainda vive gente que gosta da sua pinga)... e o Cine Santa Maria.
O Cine Santa Maria, agora encerrado, pronto a cumprir uma muito adiada sentença de morte para entregar a alma ao mercado imobiliário, foi, durante muito tempo, uma óptima sala de cinema, daquelas com as luzes e as letras para formar o nome do filme e dos protagonistas, daquelas como infelizmente já não se vê.
De há uns anos para cá, à sua frente, começaram a assentar arraiais as putas da zona, primeiro as mais batidas e feias que nem noites de trovoada no meio da selva profunda, daquelas desdentadas e com idade para serem avós de alguém, e depois as chavalitas, por causa do vício (da droga, caralho, não da foda), algumas das quais iam para lá nos intervalos das aulas do ex-Liceu Nacional, uns metros acima.
Hoje, ao passar por lá, dei de caras com uma miúda dessas. Sentada no varandim do passeio de pedra calcetada, rosto inexpressivo, olheiras profundas, olhar ausente, aquele tipo de olhar de quem se meteu numa embrulhada da qual é muito difícil sair. Não devia ter mais do que 19-20... às tantas seria mais nova, não sei, mas já teria envelhecido precocemente por causa do vício.
Os braços oportunamente ocultos pelas mangas de uma camisola leve, e uma mini-saia. Sapatos de salto raso. Algum cuidado na apresentação... mas aquele olhar e um certo nervosismo não deixavam margens para dúvida.
Era uma puta à espera de fazer mais um cliente para depois ir a correr ter com algum dealer manhoso e comprar-lhe uma dose de merda para depois chutar.
Ao ver-me aproximar, tentou a sua sorte. Ainda sussurrou um sobressaltado e quase desesperado "Quer ir? Vamos ao quarto?...", mas os meus passos decididos e o meu desprezo logo a desenganaram.
Nunca paguei por sexo... não ia começar agora. E muito menos com uma zombie daquelas, que nem ia estar a sentir nada a não ser o desejo pelo próximo "caldo".
Que as gajas se prostituam, fixe. Algumas prostituem-se por necessidade, outras por desporto. Sempre houve putedo. Aliás, não é por acaso que a prostituição é chamada "a mais velha profissão do mundo".
Umas são putas, outras acompanhantes... umas gueishas, outras massagistas. Umas vendem-se na rua e atacam nos bares de alterne, outras vão ao domicílio e atendem em apartamentos privados. Umas já nasceram fadadas para aquilo, outras tiveram de se aguentar à bronca por causa de algum azar na vida. Desde a gaja do mais baixo estrato social até à rainha, velhas ou novas, feias ou bonitas, doentes ou sadias, com defeito ou perfeitinhas, sempre houve tipas a oferecer os seus serviços a troco de algo.
E depois temos aquela badalhoca, a grande porca da Slut Sue, mas isso é um caso àparte, que carece de uma intervenção mais profunda, e de umas fodas a modos (intervaladas com umas boas chibatadas)...
Enfim, da mesma forma que sempre houve exploração, miséria, fome, guerra, doença, benfiquistas e mais não sei o quê, também existe putedo. Não me aquece nem me arrefece. É a vida e siga a Marinha.
Contudo, enoja-me ver aquilo que vi hoje. Não é a primeira vez que o vejo, e também não será a última. Uma miúda novita, que tinha uma vida pela frente, a deixar-se consumir por algo tão maligno e tão destruidor como a merda da droga. Sinceramente, nestes momentos, não sei por quem começar o regabofe de chacinas e execuções sumárias: se pelos estúpidos dos drogados, que são tão burros que se deixam levar assim, como cordeiros para o matadouro; se pelos caralhos dos dealers e traficantes, que enriquecem à custa da merda que vendem; ou se pelos filhos da puta do governo que só sabem abrir a boca e encolher os ombros.
Ver a que ponto pode chegar a degradação humana, espelhada naquele olhar sem amanhã, só fortalece o meu desejo por uma sociedade dirigida com mão de ferro. Mas isso é outra história... Oportunamente falarei das minhas ideias que envolvem recorrer aos toxicodependentes para cobaias de laboratório (pensem nos milhões de vidas de animais inocentes que podemos salvar), ou na sua utilização para limpar campos de minas e outras tarefas de extremo perigo e risco. Um dia destes, reúno a malta à volta da fogueira e vamos rir muito à conta disto.
Nas ruas da minha cidade, bem como nas ruas das vossas cidades, repetem-se casos semelhantes. Acho que nos podemos dar por felizes por não sermos nós... Fooooooooooooooooooooda-se! Respiremos de alívio!
Reflictam... e não vão por maus caminhos, caralho!... pelo menos, por estes, senão já sabem o que vos espera: a jaula do laboratório.
Exocet